Mais do mesmo – Por Claudio Stringari

Outro amigo que se vai, em pouco mais de três anos… Na mesma pista, na mesma curva, do mesmo jeito. Eu no mesmo lugar, cercado pelas mesmas pessoas e vendo a mesma cena. Em seguida, aquele mesmo silêncio ensurdecedor de Interlagos.

Mais que tentar achar culpados, a morte do Gustavo Sondermann está me fazendo pensar se vale mesmo à pena continuar vivendo o automobilismo. Por outro lado, esse pessoal “maluco”, que coloca um capacete e aperta o pedal direito do carro com toda força, é minha segunda família. Além disso, a mesma velocidade que mata é a que me motiva a passar tanto tempo longe de casa.

Quando deixo as pessoas que mais amo em Curitiba e sigo para uma corrida, o aperto no coração só diminui quando chego nos boxes e encontro aquelas mesmas pessoas. São elas que estão por perto quando estamos tristes ou doentes e não temos nossa família para aplacar nossa dor. E essas mesmas pessoas dividem conosco suas apreensões, suas inseguranças e derrotas.

Mas Sondermann não era “mais do mesmo”. Era um cara diferente. Andava no paddock de cabeça erguida, sorrindo e cumprimentando as pessoas. Não apenas com um aceno ou um balançar de cabeça. Era um aperto de mão, um bom dia “olho-no-olho”, um “tudo bem?” sincero… O Gu era capaz de mudar o nosso dia, de fazer a gente dar risada mesmo quando tudo estava dando errado. Vai fazer falta. Muita. Mesmo.

Texto: Claudio Stringari

Fotos: Fernanda Freixosa

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3 respostas para Mais do mesmo – Por Claudio Stringari

  1. Leone disse:

    Ótimo texto… Belíssima foto!!

    Que Deus o tenha em bom lugar.

  2. casilde disse:

    ÓTIMO TEXTO….QUE OS ANJOS DO SENHOR O RECEBAM EM SEUS BRAÇOS COM MUITA LUZ.

  3. Ana Paula Vieira Cruz Godinho disse:

    Lindas palavras Nei….. realmente uma grande perda, mas um brasileiro vítima do descaso.

    Que Deus o receba de braços abertos e que conforte não só a ele, mas como também toda a sua família.

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