Outro amigo que se vai, em pouco mais de três anos… Na mesma pista, na mesma curva, do mesmo jeito. Eu no mesmo lugar, cercado pelas mesmas pessoas e vendo a mesma cena. Em seguida, aquele mesmo silêncio ensurdecedor de Interlagos.
Mais que tentar achar culpados, a morte do Gustavo Sondermann está me fazendo pensar se vale mesmo à pena continuar vivendo o automobilismo. Por outro lado, esse pessoal “maluco”, que coloca um capacete e aperta o pedal direito do carro com toda força, é minha segunda família. Além disso, a mesma velocidade que mata é a que me motiva a passar tanto tempo longe de casa.
Quando deixo as pessoas que mais amo em Curitiba e sigo para uma corrida, o aperto no coração só diminui quando chego nos boxes e encontro aquelas mesmas pessoas. São elas que estão por perto quando estamos tristes ou doentes e não temos nossa família para aplacar nossa dor. E essas mesmas pessoas dividem conosco suas apreensões, suas inseguranças e derrotas.
Mas Sondermann não era “mais do mesmo”. Era um cara diferente. Andava no paddock de cabeça erguida, sorrindo e cumprimentando as pessoas. Não apenas com um aceno ou um balançar de cabeça. Era um aperto de mão, um bom dia “olho-no-olho”, um “tudo bem?” sincero… O Gu era capaz de mudar o nosso dia, de fazer a gente dar risada mesmo quando tudo estava dando errado. Vai fazer falta. Muita. Mesmo.
Texto: Claudio Stringari
Fotos: Fernanda Freixosa
Ótimo texto… Belíssima foto!!
Que Deus o tenha em bom lugar.
ÓTIMO TEXTO….QUE OS ANJOS DO SENHOR O RECEBAM EM SEUS BRAÇOS COM MUITA LUZ.
Lindas palavras Nei….. realmente uma grande perda, mas um brasileiro vítima do descaso.
Que Deus o receba de braços abertos e que conforte não só a ele, mas como também toda a sua família.